sexta-feira, 7 de agosto de 2009

O Colecionador de rolhas

Conheço uma pessoa que guarda toda rolha dos vinhos que bebe. Eu gosto de guardar as rolhas de meus espumantes e vinhos também. Não para recordar da ocasião mas para, com o tempo, entender o que me leva a bebe los. Quando abro um vinho ou espumante gosto de saber que não foi em vão, é pessoalmente ritualisto para mim o valor da ocasião. Desperdiçar a bebida não é deixar a garrafa cheia e não tornar o momento verdadeiramente especial na plenitude de seu potencial.

Este é apenas um pensamento que me ocorreu...

Disruptura Cultural e Cegueira Cultural.

Hoje li uma frase deliciosamente engraçada, dizia o seguinte...

"Conhecimento é saber que um tomate é uma fruta, sabedoria é não utiliza-lo numa salada de frutas..."

Acredito que a simplicidade destas palavras me remetem a pensar numa questão bem fundamental, as vezes nós nos distânciamos do bom senso. Não é necessário ir muito longe para se entender o que é ou não sábio, mas existem questões que por mais simples que são poderiam ser facilmente resolvidas pelo simples exercício do bom senso.

Quanto mais sou pai mais gosto de observar o julgamento do meu filho. Ele é o mais puro exemplo de uma tabua rasa regida apenas pelo, arrisco dizer, mais institivo dos bons sensos. Mas o que nos leva a complicar nossa visão do mundo se nascemos tão simples. Tenho em minha formação academica um lado antropologo e filosofico muito forte, lado reforçado tambem pela minha formação humana que baseou-se na admiração em alguns modelos e a negação de outros, o que é normal, mas no meu caso o negado sempre foi o que eu considerava comum e o admirado o exotivo e inexplicado. Um exemplo simples é a religião, é comum. Pelo menos 2 bilhões de pessoas acreditam na mesma coisa, logo um ótimo motivo para eu não acreditar, ou pelo menos, olhar as coisas de um modo diferente, filtrar, repensar, desenvolver uma auto-crítica pessoal, questionar para mim mesmo e deixar interrogações lá, sem pretenção de achar respostas, deixar que o tempo responda. Mas aonde quero chegar é que esta minha formação me remete a pensar em como alguns elementos culturais tendem a tecer uma visão complexa e distorcida das coisas. É como se a tabua rasa de meu filho pudesse de alguma forma, mediante a uma imersão cultural, proclamar uma maneira inteiramente nova de encarar o mundo, maneira tal que não necessariamente fosse melhor que sua forma infante de reconhecer o que ocorre em sua volta. Ou seja, somos invariavelmente cegados por uma força que nos rodeia, antes mesmo que tivessemos condiçõe de compreender livremente o mundo a nossa própria maneira. Seria a cultura então uma teia que nos distancia da verdade?

Se sabedoria esta ligado a vivencia e vivencia invariavelmente significa se subjulgar a teia cultural que nos antecede como podemos julgar algo sábio? Seria o tomate um excelente componente de uma salada de frutas que foi massivamente condenado a solitária salada devido a uma conciencia coletiva que é invariavelmente reconhecida como sábia? Os grilhões culturais que nos distanciam da verdade tambem nos distanciam da felicidade, da verdadeira contemplação de um mundo de significado claro. O resultado disso é a complicação, coisas que deveriam ser simples são elevadas a um debate insano, pessoas se machucam, se magoam, se matam, explodem, etc... tudo porque chegaram a um ponto que colocam inexplicáveis fábulas culturais a frente da própria razão.


Tenho certeza que meu filho comeria sua salada de frutas com tomate... seria muito feliz... e continuaria sendo uma salada de frutas.

Existe um professor da universidade de Harvard que coleciona publicaçõe sobre um tema muito interessante, chama-se ações disruptoras, seja tecnologicas, seja de inovação, pode ser desde criar um produto inteiramente novo e disruptor como o computador pessoal num mundo onde isso parecia ser impossível, quanto inventar uma forma inteiramente nova, impesável e improvavel de se fazer algo, e por mais que simples que isso possa ser resolverá um grande problema e reconfigurará a forma de se fazer as coisas. Clayton M. Christensen é o pai deste conceito e acredito que deveriamos pensar nele também pontualmente aplicado a cultura. Não quero parecer neste ponto iconoclasta, mas acredito que as vezes temos que superar as amarras do que é tecido culturalmente em nossas mentes com o objetivo de observar maneiras novas de viver e valorar. Ser disruptor culturalmente não significa minar a socidade, ao contrário disso significa agir em pró de novas ideias, novas maneiras de ser e pensar que estejam alinhadas com uma vida feliz. Felicidade pessoal, conjugal e social deve ser o pilar desta força. O ser Humano deve estar no centro de tudo, independente da cultura. Portanto, qualquer ação que rompa de maneira bruca, inovadora e positiva os grilhões culturais deve ser considerada disruptora e deve criar inovação e mudança. Por que inovação? Pelo simples fato de promorcionar um nova maneira de ver o mundo.

Por fim eu não sei o que mais dizer sobre isso. É uma ideia vindoura de uma triste noite de insonia... precisa ser trabalhada mais sintetizada, Vou pensar nela no contexto de mudança organizacional e inovação, algo como, "Como causar disruptura cultural no individuo afim de alavancar inovação na organização" ... sei o quanto é arriscado estas ideias... mas... ousar é ser disruptor.