sábado, 12 de julho de 2008

Finalmente Unpluged

Estarei fora nos próximos dias, felizmente, incomunicável nadando nas águas geladas no lago Titicaca. De preferência o mais distânte possível dos centros urbanos, desprovido totalmente dos integrantes mega hertz do mundo moderno. Em breve postarei informações acerca minha viagem cultural.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Contradições do Progresso

Não sou um Marxista convicto, minhas opiniões, na maioria do tempo, são as mais contraditórias possíveis, mas convenhamos o modelo produtivo capitalista atual é imperialista e fadada ao colapso, ou ao menos poderá ter longa vida ao custo da manutenção de um uma massa de famintos. A lógica é simples, contudo não seguirei pela lógica seguirei pelos fatos, que antecedem a lógica. Abra o caderno de economia do seu jornal favorito, uma nostálgica surpresa, a inflação cresce, renasce das cinzas de um temido passado econômico. A CNI (Conselho Nacional da Indústria) ajustou o índice de crescimento de 5% e alguma coisa para 4% e outra coisa, enquanto que o índice de inflação sobe de 4% e alguma coisa para 6% e alguma coisa, fora o grupo de consumo de energia, todos os outros sofreram algum nível de inflação superior ao período imediatamente anterior da análise. Dispensarei a referencia de fontes, vamos lá, peguem qualquer cadernos de economia desta semana! Notem que o grupo alimentar é onde residem as maiores pressões inflacionárias, a resposta do governo é simples, “Uma crise mundial de abastecimento de alimentos”, a resposta do mundo é mais simples ainda “São os Biocombustíveis”...


De certa forma não deixa de ser verdade que os biocombustíveis gerem uma pressão adicional na mecânica de oferta e procura dos alimentos, a lógica é simples, nos EUA grande parte da produção de milho esta sendo destinada para a produção de álcool, a fronteira agrícola destinada ao cultivo da cana de açúcar no Brasil cresce cada dia mais, enquanto as áreas destinadas ao consumo alimentício sofrem constante pressão da expansão da produção de cana e da crescente especulação imobiliária sobre as terras. Como já percebia David Ricardo a alguns séculos o alimento esta na base da estrutura econômica, esteja você no século XVII ou no maravilhoso século XXI, o custo sobre a terra aumenta o custo produtivo do alimento a margem de produtividade do alimento chega ao seu máximo quando somos obrigados a expandir o cultivos para áreas de baixa produtividade no solo, e o custo da terra sobe proporcionalmente com a demanda por terras cultiváveis. A crescente produção de alimentos para o abastecimento de máquinas concorre diretamente com o Homem, a carne encarece com o aumento de seu insumo principal, a ração. Não bastando temos ainda o petróleo, seus históricos preços atingem diretamente a cadeia logística de distribuição de alimentos, sim mais pressão sobre o custo dos alimentos, e não bastando ainda, todos esses alimentos são negociados em bolsas de mercados futuros onde encontramos quem!? O Especulador que depois de ter ganhado dinheiro especulando sobre o preço do petróleo, da terra ainda embolsa uma boa graninha especulando sobre o preço futuro da saca de arroz! Mas não acredito que os biocombustiveis são os vilões, seria como dizer que o especulador é o vilão, ou o clima da terra (que também gera pressão sobre a produtividade de alimentos). Para mim o verdadeiro vilão é o progresso!


O capitalismo mundial por mais de 4 décadas viveu sob a lógica onde alguns poucos países gozam das maravilhas da prosperidade enquanto outros sobrevivem. Este capitalismo é imperialista no sentido de se sustentar apenas sob esta lógica bipolar de explorador e explorado. Contudo a partir do meio da década de 90 os índices de crescimento dos chamados países subdesenvolvidos acentuou-se, ultrapassou os aglomerados desenvolvidos e a renda das populações dos aglomerados subdesenvolvidos aumentou! Isso é bom, sim, menos pessoas passando fome, maior qualidade de vida, tudo é muito bom, no entanto nosso modelo produtivo capitalista não foi feito para sustentar isso. A realidade é que com o aumento da renda de uma massa gigantesca de pessoas que a pouco passavam por condições de subnutrição (estamos falando de África, America Latina e Ásia, é muita gente!), a elasticidade da demanda sensível a este aumento de renda sobre o grupo de produtos alimentar mostrou sua força para o mundo. Uma demanda desproporcional atingiu em cheio o mercado de alimentos, as matérias primas encareceram, o combustível, tudo! O resultado disso é ações como a da Argentina que barrou suas exportações de trigo ou do Vietnã com seu arroz, a realidade é que a nosso cadeia de produção não foi feita para que nem a metade dos 6,5 bilhões de pessoas que caminham por este planeta vivam bem, o capitalismo é para uma elite, não uma elite social especificamente mas uma elite de países, quanto mais este modelo é democratizado mais o próprio capitalismo se autodestrói e destrói seu próprio meio. O mundo não suporta prosperar dentro deste modelo, nossos sistemas produtivos são sensíveis e nossa margem produtiva não suporta demanda tão crescente. Quanto mais democratizamos a prosperidade mais nos autodestruímos.


Não sou um profeta do apocalipse, e tão pouco um anti-capitalista, acho o capitalismo um sistema produtivo fantástico, contudo vejo que o mundo precisa se voltar para uma nova educação cultural. O modelo cultural baseado em símbolos de consumo não pode continuar, a cultura tem que ser a arma para a criação de uma geração de novos consumidores fundamentados em necessidades autenticamente utilitárias e valores sustentáveis. É impressionante como banalizamos o consumo de alimentos, de papel, do plástico, da água, etc. Acredito em um modelo capitalista sustentável, fundamentado na sustentabilidade regional como força antagônica aos meios de produção e distribuição globais. Não dispenso os grupos transnacionais, muito pelo contrário, oferecem importante escala e produtividade, contudo a produção regional permite a geração de renda localizada, e a sustentabilidade da cadeia de produção. Ao aproximarmos produtor e consumidor reduzimos as energias gasta com transporte, empacotamento, embalagens, etc, etc, etc... simplificamos a produção, distribuição e consumo, caracterizamos culturalmente um produto, fortalecemos a identidade e a renda regional. Acredito até mesmo que os próprios grupos transnacionais poderiam ter importante participação nesta idéia ao utilizarem a capacidade produtiva regional dentro de sua cadeia de produção. O capitalismo precisa de nossa ajuda, isto é fato, a democratização da prosperidade dentro deste modelo é inviável, e a cultura é a nossa grande arma para a mudança dos valores atualmente vigentes, pensemos a respeito disto.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

O Nascimento da Sociologia dentro da Administração.

A Sociologia tem como objeto de estudo as relações humanas dentro de sua coletividade, sua origem nos remete a um período de grandes transformações sociais,econômicas e culturais no século XVIII e XIX. O continente europeu, diante de profundas transformações conduzidas pelas revoluções Industrial e Francesa
mergulhava em condições sub humanas, seja de caráter exploratório movido pelas novas formas de produção conseqüente da Revolução Industrial ou de condições precárias de vida conseqüente da crescente e descontrolada população urbana, segundo GIDDENS,

“A sociologia surgiu quando aqueles que se viram envolvidos na série inicial de
mudanças ocasionadas pelas “duas grandes” revoluções que tiveram lugar em solo
europeu buscaram compreender as condições de sua emergência e suas prováveis
conseqüências” [1].

Neste sentido a Sociologia nasce como ciência para o estudo dos sistemas sociais humanos, seus fenômenos, transformações e as diversas relações sistemáticas dos agentes e grupos pertencentes ao sistema social.

Nossa sociedade é dividida em agrupamentos sociais orientados a objetivos ou funções, tal agrupamento social dividido diante de propósitos é conhecido como organização. Toda nossa sociedade é sustentada pela existência de organizações, onde estas atuam em diversos setores e fornecem os mais diversos serviços e produtos. De maneira geral podemos, portanto, afirmar que as organizações representam a maneira pela qual o ser humano resolve os problemas e atende as necessidades sociais de forma coletiva. A Administração, como Ciência, esta intimamente ligada a Sociologia uma vez que a aplicação das práticas administrativas objetiva viabilizar um eficiente e eficaz funcionamento das organizações sociais Embora claramente perceptível o forte relação entre as duas Ciências, seu consciente relacionamento não acompanha a origem da Administração. Dentro da visão das teorias clássicas da Administração a organização é tida como uma estrutura mecânica e o ser humano uma mera peça da engrenarem industrial. Nas abordagens estruturalistas de Fayol e Weber observamos uma forte atenção ao processo e a estrutura da organização, e observamos uma visão onde o Homem é plenamente submisso a esta estrutura respondendo de maneira rígida as regras e normas.

Com a percepção da existência de complexas relações informais dentro da rígida relação formal definida pelo modelo burocrático, inicio-se o processo de convergência entre a Administração e a Sociologia. A partir deste ponto é apontada a complexidade do relacionamento humano dentro do meio coletivo, e a influência direta de tais relacionamentos sobre sua capacidade produtiva. Podemos apontar como um marco o trabalho de Elton Mayo na famosa experiência de Hawthorne[2], onde uma experiência que procurava validar a influencia de fatores ambientais de iluminação na produtividade dos trabalhadores, acabou por apontar uma complexa relação de formação de organizações informais, dotadas de valor, regras e liderança própria.

A partir da abordagem iniciada pelos teóricos da Teoria das Relações Humanas da Administração, percebemos a importância dada a teoria das organizações como ferramenta para o trabalho do Administrador. A visão de uma estrutura meramente hierarquizada, rígida e de clara normatização é substituída por uma visão dinâmica e de orientação muito mais centrada no principal agente da organização, o ser humano. Desta forma observamos a fundamental apoio da Sociologia como ferramenta para estudo das organizações sejam estas formais ou informais, de maneira que ambas possam se alinhar diante de objetivos comuns e mantenham uma forte relação cooperativista.


[1] - GIDDENS, Anthony. Em Defesa da Sociologia: Ensaios, interpretações e
tréplicas. São Paulo, Unesp, 2001.

[2] - MAYO, Elton. The Human Problems of Industrial Civilization. New York:
Macmillan, 1933.

domingo, 6 de julho de 2008

Google Reader

Eu sempre fui muito chato com relação a este mundo de produtos que a internet nos proporciona, para ser bem objetivo sempre fui resistente a ter blogs, publicar fotos na web, utilizar orkut, e etc...etc...etc... Embora grande parte da minha vida diária seja imerso na internet minha paciência para fidelizar me a utilizar tais produtos sempre se chocou com minha incapacidade de dedicar tempo para tais frivolidades.


Não me tenha como um chato, mas é realmente difícil acompanhar estas ondas. Ultimamente tenho observado algumas coisas com mais carinho, para começar pelo Orkut, quer queira quer não é uma importante ferramenta social, além de estreitar os laços sociais fisicamente distantes, é uma importante ferramenta potencializadora de interações sociais. De certa forma é interessante expor seu perfil e ter a capacidade de verificar o perfil de outras, objetiva nossas relações, eu mesmo me aproximei de pessoas distantes apenas por verificar que compartilhamos os mesmos gostos cinematográficos.


Mas em fim, vamos ao que interessa, tenho adorado o Google Reader, a ferramenta é simples e objetiva, não farei um review aqui, longe de mim perder tempo com isso, minhas palavras são simples, experimente e veja. Eu dou destaque para uma coisa, compartilhar itens, além de oferecer um importante fator de socialização, afinal de contas de certa forma você se comunica pelas informações que você filtra e compartilha, permite que, diante das infinitas informações que são geradas, trilhas de interesse sejam criadas, compartilhadas, recompartilhadas, e portanto, afunilado a informação diante de uma perspectiva bastante pessoal.


Bom... falei tudo isso para postar aqui a url do meu Google Reader Shared Itens que pode ser acessado pelo quadro ao lado ou diretamente pela url:


Deivson Rayner's Shared Itens