segunda-feira, 7 de julho de 2008

O Nascimento da Sociologia dentro da Administração.

A Sociologia tem como objeto de estudo as relações humanas dentro de sua coletividade, sua origem nos remete a um período de grandes transformações sociais,econômicas e culturais no século XVIII e XIX. O continente europeu, diante de profundas transformações conduzidas pelas revoluções Industrial e Francesa
mergulhava em condições sub humanas, seja de caráter exploratório movido pelas novas formas de produção conseqüente da Revolução Industrial ou de condições precárias de vida conseqüente da crescente e descontrolada população urbana, segundo GIDDENS,

“A sociologia surgiu quando aqueles que se viram envolvidos na série inicial de
mudanças ocasionadas pelas “duas grandes” revoluções que tiveram lugar em solo
europeu buscaram compreender as condições de sua emergência e suas prováveis
conseqüências” [1].

Neste sentido a Sociologia nasce como ciência para o estudo dos sistemas sociais humanos, seus fenômenos, transformações e as diversas relações sistemáticas dos agentes e grupos pertencentes ao sistema social.

Nossa sociedade é dividida em agrupamentos sociais orientados a objetivos ou funções, tal agrupamento social dividido diante de propósitos é conhecido como organização. Toda nossa sociedade é sustentada pela existência de organizações, onde estas atuam em diversos setores e fornecem os mais diversos serviços e produtos. De maneira geral podemos, portanto, afirmar que as organizações representam a maneira pela qual o ser humano resolve os problemas e atende as necessidades sociais de forma coletiva. A Administração, como Ciência, esta intimamente ligada a Sociologia uma vez que a aplicação das práticas administrativas objetiva viabilizar um eficiente e eficaz funcionamento das organizações sociais Embora claramente perceptível o forte relação entre as duas Ciências, seu consciente relacionamento não acompanha a origem da Administração. Dentro da visão das teorias clássicas da Administração a organização é tida como uma estrutura mecânica e o ser humano uma mera peça da engrenarem industrial. Nas abordagens estruturalistas de Fayol e Weber observamos uma forte atenção ao processo e a estrutura da organização, e observamos uma visão onde o Homem é plenamente submisso a esta estrutura respondendo de maneira rígida as regras e normas.

Com a percepção da existência de complexas relações informais dentro da rígida relação formal definida pelo modelo burocrático, inicio-se o processo de convergência entre a Administração e a Sociologia. A partir deste ponto é apontada a complexidade do relacionamento humano dentro do meio coletivo, e a influência direta de tais relacionamentos sobre sua capacidade produtiva. Podemos apontar como um marco o trabalho de Elton Mayo na famosa experiência de Hawthorne[2], onde uma experiência que procurava validar a influencia de fatores ambientais de iluminação na produtividade dos trabalhadores, acabou por apontar uma complexa relação de formação de organizações informais, dotadas de valor, regras e liderança própria.

A partir da abordagem iniciada pelos teóricos da Teoria das Relações Humanas da Administração, percebemos a importância dada a teoria das organizações como ferramenta para o trabalho do Administrador. A visão de uma estrutura meramente hierarquizada, rígida e de clara normatização é substituída por uma visão dinâmica e de orientação muito mais centrada no principal agente da organização, o ser humano. Desta forma observamos a fundamental apoio da Sociologia como ferramenta para estudo das organizações sejam estas formais ou informais, de maneira que ambas possam se alinhar diante de objetivos comuns e mantenham uma forte relação cooperativista.


[1] - GIDDENS, Anthony. Em Defesa da Sociologia: Ensaios, interpretações e
tréplicas. São Paulo, Unesp, 2001.

[2] - MAYO, Elton. The Human Problems of Industrial Civilization. New York:
Macmillan, 1933.

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